Pesquisadores
da USP de Ribeirão Preto (SP) criaram um novo índice de massa corporal (IMC)
que promete identificar os "falsos magros", pessoas que chegam a
fazer bonito na balança e entre os amigos, mas que acumulam taxas preocupantes
de gordura no organismo.
A ideia foi
recentemente publicada em uma tese de doutorado após quatro anos de estudos no
departamento de clínica médica da universidade, onde a nutricionista Milene
Savegnago Mialich Grecco, de 26 anos, com orientação do professor Alceu Afonso
Jordão Junior, elaborou uma fórmula alternativa ao método tradicional criado no
século 19.
A novidade leva
em conta o percentual de gordura para calcular se o paciente é magro ou se está
acima do peso. O perfil que mais deve ser beneficiado pela equação é o
indivíduo que, por exemplo, tem 1,70 metro de altura e pesa em média 73 quilos
e possui uma aparência magra, mas que com hábitos alimentares desregrados e
baixa atividade física pode atingir percentuais de gordura acima dos 30%.
"O
extremamente subnutrido e o muito obeso são captados pelo IMC tradicional. A
grande preocupação são os que estão nas faixas intermediárias, que às vezes
apresentam normalidade ou início de sobrepeso no teste convencional",
explicou a pesquisadora. Testado até agora com 700 pessoas, o "IMC de
gordura" busca apontar um resultado mais conclusivo e antecipar pacientes
aos riscos da obesidade e de doenças como hipertensão e diabetes.
A fórmula, que
segundo a pesquisadora é inédita no Brasil, compete com outras desenvolvidas
fora do país, como o "índice de adiposidade corporal", dos EUA, que
leva em conta a circunferência abdominal nos cálculos.
Estudos que
tentam se adaptar aos hábitos da população do século 21. "Com isso a gente
consegue prevenir ou mesmo evitar o desenvolvimento de muitas doenças, gerando
um custo menor para o serviço de saúde."
Para que a fórmula
tenha autoridade científica, Milene pretende realizar uma pesquisa mais ampla
em seu projeto de pós-doutorado. "O primeiro estudo teve uma amostra bem
homogênea, com uma população jovem. Agora a gente quer misturar perfis
diferentes, indivíduos mais velhos e mais novos", disse.
A fórmula
A equação que
define se você está ou não acima do peso é tão simples quanto a clássica, com a
diferença de que você terá que descobrir seu percentual de gordura.
Isso pode ser
feito por meio de uma avaliação física na academia – onde os professores
utilizam medidores manuais de gordura, que embora sejam menos exatos são
eficientes para o cálculo – ou por exames como tomografia e impedância –
sistema que faz a medição através de ondas eletromagnéticas.
Para descobrir
qual é seu IMC, é necessário somar o triplo do seu peso (em kg) ao quádruplo de
seu percentual de gordura e dividir o resultado por sua altura (em
centímetros). A equação, segundo Mirele, foi elaborada depois de serem testadas
diferentes variáveis, focando uma fórmula que fosse simples para ser calculada
em casa. "Queríamos algo correlato ao IMC tradicional", disse.
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